sábado, 25 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
A deseducação das crianças
Exmo. Sr. Diretor Regional da
Cultura,
Atendendo às
numerosas informações existentes de que crianças de menos de 6 anos assistem
frequentemente a espectáculos tauromáquicos na Praça de Touros da Ilha Terceira.
Atendendo a que
no âmbito das recentes festas Sanjoaninas de 2012, realizadas em Angra do
Heroísmo, foram publicadas numerosas imagens (ver anexo) onde é notória a presença
de crianças menores de 6 anos nas três corridas de touros realizadas nos dias 24,
25 e 26 de Junho na Praça de Touros da Ilha Terceira.
Atendendo a que
também no âmbito das referidas festas Sanjoaninas de 2012 foi realizada no dia
27 de Junho uma “bezerrada” anunciada como “Espectáculo para crianças e idosos”
na mesma Praça de Touros da Ilha Terceira, onde foi evidente a presença de
crianças menores de 6 anos (ver anexo), sendo ainda este espectáculo de características
semelhantes àquelas de qualquer espectáculo tauromáquico habitual, com animais
a serem sujeitos a práticas violentas e derramamento de sangue.
Atendendo a que
dessa mesma “bezerrada” do dia 27 de Junho existem imagens de crianças a participar activamente no
espectáculo, aparentemente na qualidade de “toureiros” amadores ou
profissionais, e em contacto directo com os touros.
Considerando que
a idade mínima para assistir aos espectáculos tauromáquicos é de 6 anos nos
termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º do DL n.º 386/82, de 21 de Setembro,
na alteração que
lhe foi conferida pelo DL n.º 116/83, de 24 Fevereiro. E sendo que nos termos
da alínea a) do artigo 3.º do mesmo diploma, os menores de 3 anos não podem assistir
a quaisquer divertimentos ou espectáculos públicos.
Considerando que
a violação de tal norma é punível como contra-ordenação nos termos do artigo 27.º
(sendo a responsabilidade imputada ao promotor do espectáculo), com coima de € 50,00 a € 125,00 por cada menor,
sendo que no caso de reincidências os valores são elevados ao dobro, e 2.ª e
ulteriores reincidências ao triplo (cfr artigo 29.º).
Considerando a
deliberação da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco,
adoptada na sua reunião de 14 de Julho de 2009, em relação ao n.º 3 do artigo
139.º da Lei n.º
35/2004, de 29 de Julho, sobre actividades permitidas ou proibidas, deliberação
que considera que os animais utilizáveis em espectáculos tauromáquicos, independentemente
do seu peso, apresentam características de ferocidade/agressividade,
inerentes à natureza do
espectáculo, que podem colocar em perigo crianças ou jovens.
Solicitamos que
V. Exa. e a sua Direcção Regional tomem as devidas medidas para apurar as
responsabilidades de todos os factos relatados, punir os culpados e impedir que
a legalidade volte a ser posta em causa no futuro.
Agradeceremos
igualmente comunicação sobre os passos dados por V. Exa. neste sentido.
Atentamente,
Movimento Cívico
Abolicionista da Tauromaquia nos Açores
Ver fotografias aqui:
sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Eco-escolas: entreter crianças ou mudar mentalidades?
CARTA ABERTA À COORDENADORA DO PROJETO ECO ESCOLAS
DA ESCOLA SECUNDÁRIA DAS LARANJEIRAS
Cara colega,
Como deve ser do teu conhecimento, ao longo da minha vida dediquei grande parte do meu tempo a uma causa: a defesa do ambiente e do património natural dos Açores. Durante mais de trinta anos, umas vezes concordei outras discordei das opções governamentais e autárquicas em questões ambientais, tendo colaborado com todos, nomeadamente com o Governo Regional dos Açores, na minha qualidade de Presidente da Associação Amigos dos Açores, na implementação da Rede de Ecotecas, recentemente reduzida a quase nada para não dizer desmantelada.
Em 2004 estive ao lado do Governo Regional dos Açores na defesa de uma alternativa à proposta da AMISM de tratar os resíduos sólidos urbanos de São Miguel, através da sua queima e produção de energia elétrica suja.
Esta semana recebi uma indigna resposta da AMISM, que deveria envergonhar qualquer técnico superior, a algumas dúvidas que levantei, através de um correio electrónico enviado ao seu presidente, onde punha em causa o seu projeto pomposamente designado de valorização energética.
Ontem, embora não me surpreendesse por usual, vi e ouvi, no telejornal transmitido pela RTP-Açores, um representante da AMISM, insultar uma associação de defesa do ambiente, a Quercus, de que fui membro – o primeiro dos açores e um dos primeiros a nível nacional – e a defender o indefensável do ponto de vista ambiental e social: um projeto que dá primazia à incineração - quanto mais lixo melhor- e que envia para o caixote do lixo a chamada política dos 3 R’s que nós, professores e educadores, passamos a vida a ensinar às crianças.
Como o Projeto Eco Escolas é “apadrinhado” pelos ambientalistas do Governo Regional dos Açores e tem forte ligação (parceria) com a AMISM, como estas duas entidades estão sintonizadas na defesa de um projeto que é contrário àquilo a que nós, professores, pelo menos eu, pretendemos transmitir na nossa escola e como não sou pessoa de servir simultaneamente a dois senhores, a Deus e ao diabo, venho comunicar a minha saída do Conselho Eco Escolas da Escola Secundária das Laranjeiras, a partir de hoje.
Peço desculpa a todos, pelo fato de não ter dado a colaboração que devia e faço votos para que os meus colegas do referido conselho, professores, funcionários e alunos, não percam a esperança em dias melhores para si, para o ambiente e para os Açores.
Com os melhores cumprimentos,
Pico da Pedra, 16 de Junho de 2012
Teófilo José Soares de Braga
sábado, 5 de maio de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Maçãs Podres
A existência de maças podres que contaminam todo um cesto de fruta não começou e pelos vistos não acabou com João Moutinho, o jogador do Sporting Clube de Portugal que, depois de se ter transferido para o Futebol Clube do Porto, passou, pelo menos para alguns, de bestial a besta.
Na vida em sociedade todos nós estamos a tropeçar, no dia-a-dia, com maçãs que, para não ferir susceptibilidades, dizemos que estão ligeiramente tocadas, embora o cheiro a podridão seja nauseabundo.
É por demais evidente que nem sempre a maçã tem consciência do seu estado e muitas vezes, pelo menos para ela e para quem a rodeia, ela é a única pessoa no mundo e arredores que está certa, todos os outros andam com o passo trocado.
Esta introdução vem a propósito de situações que são do meu conhecimento e que ocorrem um pouco por toda a Região.
A situação que vou referir está relacionada com o mau clima criado numa sala de aula pelo facto de dois ou três alunos, não só por não estarem interessados em aprender, mas também por fazerem intervenções descontextualizadas e por não serem pontuais, perturbarem o normal funcionamento das aulas, o que constitui um desrespeito para o docente e para os restantes alunos, que por acaso estão muito motivados e são muito trabalhadores.
Mas, tão ou mais grave que o comportamento dos alunos é a atitude dos pais e encarregados de educação que, primeiro acreditam piamente na versão dos seus educandos, desconfiando dos relatos dos professores e depois acham que, por serem jovens, o que eles fazem deve ser tolerado. Além disso, quando um dos docentes exemplificou o que se passava falando no facto de uma só maçã poder contaminar toda uma fruteira ficaram escandalizados, considerando que a comparação não fazia sentido e era um desrespeito para com os alunos prevaricadores.
Como a classe que se diz dirigente, não é capaz ou não está muito interessada numa verdadeira educação para a cidadania, em promover a autonomia de cada um e a participação de todos na vida política e social, transfere para a escola, nomeadamente para os professores, que mal têm tempo para cumprir programas, alguns deles repetitivos, a responsabilidade de incutir alguns valores que já deviam ter sido “bebidos” no berço.
Se na escola há quem, remando contra a maré, ainda acredite que ela possa contribuir, para a além da transmissão de conhecimentos, para a transmissão de valores como o respeito pela diversidade, o apreço pela vida de todos os seres sencientes, a justiça e a solidariedade e seja um meio de mobilidade social, também há quem ache que ela deva apenas cumprir a sua, talvez, principal função: a de reproduzir as desigualdades existentes.
Daí, o saudosismo de alguns pela escola salazarenta ou pelas escolas industriais para os filhos dos mais pobres. Eu neste aspecto até sou mais radical, para além de condenar a escola do passado e de já há alguns anos estar descrente com a escola que nós temos, acho que a escola do presente e do futuro deve ser um espaço de transformação da sociedade, cabendo lá todos os que querem aprender, independentemente das origens sociais e do facto dos seus pais terem as algibeiras mais ou menos recheadas ou vazias. Os que andam lá apenas porque adoram os recreios, que abominam os professores e os conteúdos quaisquer que eles sejam, que existem para perturbar, para desobedecer, para chamar nomes, que tenho vergonha de repetir aqui, aos colegas, docentes e funcionários, deviam ter o acesso vedado a qualquer estabelecimento de ensino.
Não se pode acabar com as maçãs podres se não as isolarmos das sãs e estas só se conseguem tratando bem o terreno, adubando com conta peso e medida, regando sempre que for necessário e podando sempre e só quando for necessário e no período indicado.
Teófilo Soares Braga
(Correio dos Açores, 15 de Fevereiro de 2012)
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
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