sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Eco-escolas: entreter crianças ou mudar mentalidades?
CARTA ABERTA À COORDENADORA DO PROJETO ECO ESCOLAS
DA ESCOLA SECUNDÁRIA DAS LARANJEIRAS
Cara colega,
Como deve ser do teu conhecimento, ao longo da minha vida dediquei grande parte do meu tempo a uma causa: a defesa do ambiente e do património natural dos Açores. Durante mais de trinta anos, umas vezes concordei outras discordei das opções governamentais e autárquicas em questões ambientais, tendo colaborado com todos, nomeadamente com o Governo Regional dos Açores, na minha qualidade de Presidente da Associação Amigos dos Açores, na implementação da Rede de Ecotecas, recentemente reduzida a quase nada para não dizer desmantelada.
Em 2004 estive ao lado do Governo Regional dos Açores na defesa de uma alternativa à proposta da AMISM de tratar os resíduos sólidos urbanos de São Miguel, através da sua queima e produção de energia elétrica suja.
Esta semana recebi uma indigna resposta da AMISM, que deveria envergonhar qualquer técnico superior, a algumas dúvidas que levantei, através de um correio electrónico enviado ao seu presidente, onde punha em causa o seu projeto pomposamente designado de valorização energética.
Ontem, embora não me surpreendesse por usual, vi e ouvi, no telejornal transmitido pela RTP-Açores, um representante da AMISM, insultar uma associação de defesa do ambiente, a Quercus, de que fui membro – o primeiro dos açores e um dos primeiros a nível nacional – e a defender o indefensável do ponto de vista ambiental e social: um projeto que dá primazia à incineração - quanto mais lixo melhor- e que envia para o caixote do lixo a chamada política dos 3 R’s que nós, professores e educadores, passamos a vida a ensinar às crianças.
Como o Projeto Eco Escolas é “apadrinhado” pelos ambientalistas do Governo Regional dos Açores e tem forte ligação (parceria) com a AMISM, como estas duas entidades estão sintonizadas na defesa de um projeto que é contrário àquilo a que nós, professores, pelo menos eu, pretendemos transmitir na nossa escola e como não sou pessoa de servir simultaneamente a dois senhores, a Deus e ao diabo, venho comunicar a minha saída do Conselho Eco Escolas da Escola Secundária das Laranjeiras, a partir de hoje.
Peço desculpa a todos, pelo fato de não ter dado a colaboração que devia e faço votos para que os meus colegas do referido conselho, professores, funcionários e alunos, não percam a esperança em dias melhores para si, para o ambiente e para os Açores.
Com os melhores cumprimentos,
Pico da Pedra, 16 de Junho de 2012
Teófilo José Soares de Braga
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