quarta-feira, 26 de julho de 2017
Animais em cativeiro nas escolas
Animais em cativeiro nas escolas
“ (...) a amizade pela árvore, pelo riacho, pelo animal livre é indispensável para a formação de um ser humano que pretendemos amplo e nobre” Agostinho da Silva
Pessoa amiga contou-me que na pré-primária algumas educadoras mantêm nas suas salas peixes e ou tartarugas em aquários, aves em gaiolas e hamsters também em cativeiro.
A existência dos animais em cativeiro é justificada como meio para dar cumprimento à seguinte aprendizagem a promover: “Manifestar comportamentos de preocupação com a conservação da natureza e respeito pelo ambiente”. Para a concretização do exposto, segundo as orientações curriculares para a Educação Pré-Escolar os educadores deverão promover “a participação e responsabilidade das crianças no cuidado e proteção de seres vivos dentro e fora da escola (cuidar de plantas, de animais ou da horta na escola; cuidado com ninhos, plantas e animais nos jardins, parques e espaços verdes fora da escola).
Para além da razão apresentada, o tratar animais serve para fomentar “a participação das crianças no processo educativo através de oportunidades de decisão em comum de regras coletivas indispensáveis à vida social do grupo e à distribuição de tarefas necessárias à vida coletiva constituem experiências de vida democrática, que permitem tomar consciência dos seus direitos e deveres.”
Segundo a pessoa amiga referida, que é educadora mas não concorda com a prática das colegas, uma outra justificação está relacionada com a possível empatia para com os animais que as crianças adquiririam ao responsabilizar-se pela sua alimentação.
Sendo contra a existência de animais em cativeiro e não pondo em questão o facto de ser possível atingir o pretendido com a presença dos animais nas escolas, penso que o mesmo poderia ser alcançado com o cuidado de plantas que depois os alunos poderiam levar para as suas casas e plantar nos seus quintais e jardins.
Além do exposto, tenho dúvidas se a manutenção de um animal em cativeiro não leve à distração para a questão fundamental que é a necessidade de se proteger os habitats naturais que são os locais onde os animais devem estar.
Teófilo Braga
25 de julho de 2017
Imagem : http://lilliverdi.blogspot.pt/2011/10/chora-coracaopassarinho-na-gaiola.html
quinta-feira, 13 de julho de 2017
quarta-feira, 12 de julho de 2017
quinta-feira, 6 de julho de 2017
Algumas notas sobre a importância de Planos Individuais de Trabalho nas Escolas
Algumas notas sobre a importância de Planos Individuais de Trabalho nas Escolas
No modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna, os alunos devem ter um papel ativo em todas as etapas do processo-ensino aprendizagem, desde a planificação até à avaliação. Em relação aos diversos planos, Júlio Pires (s/d), num texto intitulado “O Planeamento no Modelo Pedagógico da Escola Moderna” defende que a participação dos alunos no Plano Anual é menor do que no PIT - Plano Individual de Trabalho, onde aqueles devem ser os principais decisores. O autor mencionado destaca, ainda, a importância do PIT em virtude do seu “papel na promoção da autonomia do aluno, no seu comprometimento e responsabilização pela sua aprendizagem”.
Ana Martins (2012) por seu turno afirma que o PIT “pode também ser descrito como um instrumento de pilotagem e de registo individual, como instrumento que permite organizar, apoiar e regular o trabalho desenvolvido pelo aluno”.
Sobre a forma do PIT, Ana Martins (2012) escreve que se trata de “uma folha de papel” que contém o seguinte:
“- um espaço destinado ao nome do aluno e à data de realização do plano;
- um espaço que contém o elenco das atividades possíveis de realizar em que os alunos registam e quantificam aquilo que pretendem fazer no tempo do trabalho autónomo;
- um espaço destinado ao registo e à quantificação das atividades efetivamente realizadas;
- uma área destinada à autoavaliação;
- uma área destinada à avaliação e às sugestões do professor. “
No que diz respeito à experiência de implementar o PIT nas minhas aulas, apenas o fiz no 11º ano, onde foi elaborado um para cada um dos grandes temas do programa.
No que diz respeito à sua estrutura, numa página da folha de papel foi colocada uma tabela com quatro colunas:
- Na primeira, estavam registados os conteúdos de cada subtema.
- Na segunda coluna intitulada “O que penso fazer” havia várias linhas onde era sugerido aos alunos a realização de sínteses/ resumos dos conteúdos, exercícios do manual, exercícios do caderno de exercícios e outras atividades ou exercícios. Nesta coluna, por vezes fazia sugestões nomeadamente de alguns exercícios que considerava importantes para a melhor compreensão da matéria, mas os alunos tinham liberdade para fazer o seu trabalho mais ou menos aprofundado.
- Na terceira coluna os alunos registavam o que haviam feito, como o número do exercício e a página se o mesmo fosse do manual ou do caderno de exercícios, o resumo/síntese ou outra atividade.
- Na quarta coluna, os alunos registavam as dúvidas encontradas.
Na outa página da folha, havia um espaço para a autoavaliação do trabalho realizado, em termos de cumprimento ou não do que haviam proposto. Existia, também, outro espaço onde o aluno apresenta a sua opinião sobre o trabalho realizado e, por último, um espaço destinado a comentários e sugestões do professor.
Sobre este instrumento de pilotagem que, segundo Gonzalez (2002) é um dos que permite “ acompanhar, avaliar, orientar e reorientar o processo de aprendizagem do grupo e de cada um dos alunos”, os alunos reagiram de modo diferente. Alguns não deram importância, outros escreveram que “usavam outro método” e outros acharam que os ajudava.
Termino, transcrevendo a opinião de uma aluna: “Gostei do PIT, pois auxiliou-me a mim e, com certeza, a outras pessoas a orientar-me nas matérias a estudar e a motivar-me para resolver exercícios. Considero que o projeto deveria continuar, pois não só nós ficamos com a noção de quantos e quais exercícios fazemos, como também o professor tem mais “controlo” sobre o nosso trabalho. Para além disso, conseguimos receber com esta ficha o feedback do professor, positivo ou negativo.”
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 31270, 5 de julho de 2017, p.16)
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