segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Síntese do fórum sobre violência nas escolas: as causas e as soluções


Violência na Escola / Origem

Indisciplina / Violência um dos maiores problemas da educação (os casos que conhecemos são menos do que os que existem na realidade)

1-Permissividade - excesso de direitos e poucos deveres para crianças e jovens

2-Desresponsabilização e impunidade dos alunos

3-Papel do professor dificultado pelo contraste com os valores da sociedade

4-Olhar para certas formas de violência no dia-a-dia como normais porque não tiveram consequências graves

5-Escola como armazém / saco da sociedade, que está a implicar a desqualificação da verdadeira função do professor

6-Confusão entre contextualização e desculpabilização

7-Violência branqueada por professores, conselhos executivos, funcionários, encarregados de educação associações de pais, ministério, por
1-receio de represálias
2-receio de penalização na avaliação
3-má imagem da escola
4-fingimento da gravidade da situação para não se implementarem políticas educativas adequadas

8-Falta de autoridade do professor
1-Estimulada pela tutela que protagonizou esse papel e que levou a sociedade a não respeitar a figura do professor, ajudado pelo discurso político de braqueamento
2-"Confusão" pública entre brincadeira e indisciplina
3-Falta do exercício de autoridade por parte da escola, perante os actos de violência particados pelos alunos

9-Sanções inadequadas - necessidade de revisão do Estatudo do Aluno

10-Obrigatoriedade de os alunos permanecerem na escola, até aos 15 anos, mesmo sem capacidade para tal

11-Alunos problemáticos, com comportamentos marginais, continuam na escola, em contacto com os professores, colegas e funcionários, independentemente das enormidades que cometem

12-Violência nos CEF's

13-Alunos continuam na escola, mesmo já tendo reprovado por faltas e estando fora da escolaridasde obrigatória

14-Pouca diversidade de vias de ensino

15-Turmas demasiado grandes

16-Falta de condições para lidar com os alunos problemáticos

17-As Instituições Sociais de apoio aos jovens não têm condições que lhes permitam uma intervenção clara, eficaz e atempada na vida destas crianças. Os tribunais funcionam de forma lenta

Soluções

1-Necessidade de educação do carácter

2-Reforço de uma cultura de escola

3-Responsabillização e privilégios para os alunos finalistas

4-Punir sem complexos quando disso há necessidade

5-Trabalho cívico fora das escolas acomanhado por seguranças

6-Estágios no estrangeiro em países com realidades económicas diferentes da nossa / socialmente desfavorecidos, que os ajudasse a ter outras vivências

7-Videovigilância nas escolas

8-Ligação das escolas mais afectadas por estes problemas, a uma central de alarmes, que facilitassem a vinda imediata de seguranças

9-Seguranças nas escolas e detectores de metais à entrada

10-Criação de Instituições próprias para "casos limite" - necessidade de regulação / correcção do comportamento

11-Recuperar as expulsões da escola com a possibilidade de serem por todo o ano lectivo em determinados casos

12-Sanção imediata para quem desrespeita os colegas

13-Deixar de haver necessidade de instrução de procedimento disciplinar

14-Particiapação às autoridades competentes em casos de violação, agressão, espancamento, ...

15-Aluno que cometa acto violento, irá para uma escola, mas, caso volte a repetir, será expulso do sistema educativo

16-Colégios Internos

17-Cadeia

18-Turmas de nível

19-Alunos escalonados em níveis de aprendizagem diferente logo a seguir ao 4º anos

20-Abrir CEF's em escolas com equipas de docentes capazes de trabalhar com alunos problemáticos

21-Necessidade de melhorar os CEF's

22-Turmas mais pequenas

23-Formação de professores que trabalham com crianças problemáticas

24-Formação de pares pedagógicos

25-Alteração da política educativa - Escola Cultural

26-Questionar o conceito de escola inclusiva

27-Necessidade de técnicos de comportamento, devidamente formados, na escola

28-Maior responsabilização dos encarregados de educação

29-Apoio no desenvolvimento de competências parentais

30-Acabar com a noção de escola a tempo inteiro

31-Congelamento das notas dos alunos, até os encarregados de educação virem à escola, no caso dos que não acompanham os filhos

32-Presença obrigatória dos encarregados de educação, quando solicitados

33-Retirada do Rendimento Social de Inserção também quando se portam mal

34-Alteração do Estatuto do Aluno

35-Políticas sociais efectivas desde cedo

36-Extinção das DRE

37-A política a seguir deve passar pela fixação de objectivos, pela escolha de meios e pela avaliação de resultados

38-Proposta da Grã- Bretanha

Na Grã Bretanha, as soluções encontradas incluem:

i. Aprovação de códigos de conduta na escola. Não existe nada parecido com um Estatuto do Aluno. O que existem é regras e normas plasmadas no código de conduta de cada escola. Não há uniformidade de regras e normas.

ii.Não existe uma legislação sobre o Estatuto do Aluno. Cada escola, elabora o seu código de conduta. Por vezes, há distritos escolares com orientações gerais para os códigos de conduta. Há escolas que estabeleceram um sistema de penalizações para os pais dos alunos, responsabilizando-os pelas faltas graves cometidas pelos filhos.

iii. Há escolas do Reino Unido que estabeleceram multas para os pais dos alunos que cometem faltas graves.

iv. Impera a diversidade. Não existem normas de conduta uniformes. As escolas e os professores são sujeitos a uma avaliação externa, a cargo de um serviço de inspecção e acreditação, que monitoriza as orientações da escola em matéria de disciplina e regras de conduta. As escolas podem ser penalizadas em função das avaliações negativas. E os professores podem ser sujeitos a avaliações
extraordinárias nos casos em que a inspecção ou o director detectam más práticas.

v. Urge pôr fim a essa utópica loucura que dá pelo nome de Estatuto do Aluno. Dar autonomia às escolas para criarem o seu próprio código de conduta.

v.i. Tratar os casos de violência sobre professores, funcionários e alunos mais novos como casos de polícia, participando os casos ao Ministério Público. (Cristina Ribas)

Extraído daqui